Em sua última visita de acompanhamento aos trabalhos dos Diáconos Permanentes do Regional Leste 3 – no dia 21/05/22 – o presidente da Comissão Regional dos Diáconos/CRD-L3, Diác Marcos Rezende, foi ver de perto o trabalho caritativo realizado por um Diácono de Vila Velha.
Tendo sido ordenado Diácono Permanente em 2013, Carlos da Silva passou a fazer atendimentos para aconselhamento espiritual dos paroquianos que o procuravam. Isso lhe despertou a percepção que ele necessitava aprofundar-se academicamente e decidiu estudar psicanálise clínica, onde passou a atender profissionalmente de forma terapêutica auxiliando as pessoas em questões de saúde mental. A partir de 2015, o Diác. Carlos decidiu iniciar um projeto de atendimento para pessoas sem os recursos financeiros necessários para custear o tratamento. Esses atendimentos são feitos aos sábados pela manhã, tendo o apoio do Frei Vanderlei da Silva Neves, pároco da Paróq. N. S. do Rosário – Santuário de Vila Velha – (onde o diácono está provisionado), que além de ceder uma sala para os atendimentos, proporciona o auxílio da secretária paroquial na marcação e administração dos agendamentos. Cada sessão dura em média de 50 a 60 minutos, e chega-se a ter até 5 atendimentos por sábado. Quando perguntado acerca de como inicia-se um tratamento, e se existem restrições para os pacientes que buscam esse serviço, ele respondeu:
“O atendimento terapêutico começa sempre com uma entrevista inicial onde já é abordado se a pessoa tem ou não condições financeiras de custear um atendimento, caso tenha condições é orientada a procurar outro profissional ou mesmo a ir ao meu consultório em dia de semana, caso não haja condições financeiras, o atendimento é iniciado na semana seguinte ou quando surgir vaga. Por se tratar de um atendimento terapêutico e pastoral, não está restrito a católicos ou paroquianos, já tive pacientes de outras denominações religiosas, de outras paróquias e que se declaravam ateus ou acreditavam ‘num deus’, mas não conseguiam fazer parte de alguma religião”
O Diác. Carlos nos afirma que a psicanálise permite tratar questões como depressão, ansiedade, fobias e outros casos ligados a saúde mental. Disse também que devido a pandemia e isolamento social, fechamento de igrejas, desemprego e outras incertezas, aumentou muito o número de pessoas deprimidas ou com problemas de relacionamento, principalmente com familiares ou mesmo entre casais. Também há quem procura se livrar de vícios, como alcoolismo, tabagismo, pornografia, jogos e drogas ilícitas.
Atualmente estão em tratamento nesse projeto 8 pacientes, e a princípio não existe um tempo pré determinado para cada tratamento, isso varia de acordo com cada paciente. Geralmente é o próprio paciente que “se dá alta”, ao perceber que foi vencido aquele problema que o motivou a procurar a psicanálise. Entretanto o Diác. Carlos afirma em sua experiência que são necessárias de 8 a 12 sessões para que se comece a ver algum resultado.
Embora esse projeto já esteja dando frutos, o Diác. Carlos tem o desejo de ampliar essa ação caritativa a fim de oferecer outros tipos de tratamento: Fonoaudiólogo, psicólogo, fisioterapia, etc. contudo isso depende da adesão de profissionais dessas e de outras áreas.
Esses tempos atuais de tecnologias cada vez mais modernas, aceleradas e multifuncionais têm gerado uma “aceleração” no ritmo de vida das pessoas, causando sempre mais os chamados males da mente e da alma. Nesse contexto o Diác. Carlos deixa uma mensagem final dizendo:
“faço um convite a você, diácono, você que tenha alguma formação nesta área: converse com seu pároco, se disponibilize, coloque o dom a serviço do povo e juntos poderemos proporcionar àqueles que sofrem uma qualidade melhor de vida, afinal nos ensina Jesus: ‘Eu vim para que todos tenham vida a tenham em abundância (Jo 10, 10)’ .”
Colaborador Diac José Wander – Arquidiocese de Vitória-ES
- 10/06/2022
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