Créditos: Caio Barreira – Agencia Aspecto @caiovictb

Na noite de sexta-feira, 25 de julho, teve início a Pré-COP Leste em Belo Horizonte (MG), com um momento de mística que incluiu oração pedindo a intercessão de Nossa Senhora D’Abadia da Água Suja e apresentação cultural do povo indígena Xucuru Kariri, da aldeia Arapowã Kakya, de Brumadinho (MG). Cantos e danças marcaram a espiritualidade e a resistência dos povos originários na defesa de seus territórios.

A mesa de abertura contou com a presença de Dom Francisco Cota de Oliveira, bispo de Sete Lagoas (MG) e presidente da Comissão para Ecologia Integral e Mineração do Regional Leste 2; Dom Luiz Gonzaga Fechio, bispo de Amparo (SP) e representante do Regional Sul 1; Pe. Josafá Carlos de Siqueira, SJ; Marco Aurélio e Eduardo Nischespois, da Comissão Organizadora da Igreja rumo à COP; Anna Crystina Alvarenga, da Cáritas Brasileira Regional Minas Gerais e da CEREM Leste 2; e Frei Rodrigo de Castro Amédée Péret, OFM, assessor das comissões organizadoras.

Dom Francisco Cota alertou para a gravidade da crise ambiental: “A ONU ainda mantém o nome ‘mudanças climáticas’, quando, na verdade, estamos atravessando uma grave crise climática. Precisamos clamar por justiça ambiental. Nossos territórios estão feridos. A mudança começa pela nossa consciência e atitudes, mas também requer pressão política para que se efetive.”

Dom Luiz Gonzaga destacou o compromisso cristão com a causa ecológica: “A Pré-COP deve ressoar o legado do Papa Francisco. Não é uma homenagem, mas um ato de cidadania cristã. O Papa foi inovador nesta temática. Que este encontro una justiça social e ecológica.”

Pe. Josafá apontou três eixos fundamentais no caminho da Pré-COP: resistência, fortalecimento comunitário e a inspiração do Espírito Santo. “Essa é uma COP desafiadora, marcada por seu simbolismo na Amazônia. Precisamos acreditar na força das pequenas sementes.”

Representando a comissão nacional, Eduardo ressaltou a importância de criatividade e engajamento: “O Papa nos convida a ser poetas sociais. Que possamos criar novas formas de nos relacionar com o mundo e fortalecer nossas ações.”

Anna Crystina abordou a realidade minerária de Minas Gerais e a missão da comissão regional: “Trabalhamos com assessorias, articulação entre pastorais e incidência política. Atuamos diretamente nos territórios, como na peregrinação ao Rio Paraopeba, denunciando crimes ambientais.”

Frei Rodrigo finalizou com uma reflexão sobre os desafios diante da crise climática global. “Mesmo após décadas de alertas científicos, os impactos ainda são subestimados. O desafio é urgente e exige uma resposta pastoral, política e comunitária.”

O encontro segue até domingo, 27, com debates, partilhas e encaminhamentos que integram a caminhada da Igreja no Brasil rumo à COP 30, prevista para novembro, em Belém (PA).

Por: Bruna Camargos e Marcela Arcanjo – Caritas Regional Minas Gerais
Tatiane Soares de Oliveira – Assessora de Comunicação da CNBB Regional Leste 2
Fotos: Caio Victor Oliveira – Agência Aspecto

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