Neste final de semana, a Arquidiocese de Vitória, sede do Regional Leste 3 da CNBB, acolheu o XXII Encontro Nacional da Pastoral da Educação da CNBB, reunindo educadores, religiosos e agentes de pastoral de todo o país. O evento contou com a participação de diversas lideranças eclesiais que trouxeram reflexões profundas sobre o papel da educação na evangelização, especialmente em um contexto cultural cada vez mais desafiador.
Padre Ivan Artur Lima, representante dos Salesianos e membro da Pastoral da Educação, destacou a importância de olhar além, seguindo o legado de São João Bosco. “O poder da educação é levar as pessoas a enxergarem além. Quando falamos de cultura e educação, é sempre na perspectiva de ir além, desafiando os jovens”, afirmou. Ele reforçou a necessidade de entender a realidade dos adolescentes e jovens para que o trabalho educativo seja realmente eficaz. “Enquanto católicos, nosso maior desafio é ajudar as pessoas a terem um olhar além. Precisamos falar a linguagem dos adolescentes, jovens e crianças para que nosso trabalho seja realizado com êxito”, completou.
Padre Júlio, referencial da Educação na CNBB, comparou o papel dos educadores ao de equilibristas que se dedicam à missão dentro das escolas e universidades. “Na nossa corrida de vida como educadores, somos como equilibristas, pois educamos com o coração de missionários que se encontram nas instituições de ensino. Estamos inseridos nas realidades das paróquias e arquidioceses, chegando até as periferias existenciais. Somos apóstolos da Esperança do Evangelho que toca o vasto e complexo mundo da educação”, afirmou ele, ressaltando os desafios e as esperanças do trabalho pastoral no contexto educacional.
Dom Andherson também participou do encontro, trazendo uma reflexão baseada em uma passagem do Evangelho (Lc 24,13 – 35) sobre a missão de caminhar junto com Cristo. “O peregrinar que estamos fazendo é feito com o Senhor, que aquece nosso coração e nos envia para a missão. No vasto universo da cultura, é possível produzir cultura e tocar corações”, disse ele. Dom Andherson enfatizou a importância de promover espaços de diálogo e acolhimento que gerem uma sociedade mais fraterna. “Devemos oferecer uma atração que faça as pessoas se juntarem a nós, produzindo cultura que promova vida e construa pontes de diálogo”, completou.
Outro destaque do evento foi a palestra de Dom Francisco Agamenilton Damascena, que abordou o tema “Peregrinar no mundo educativo, como Testemunhas da Esperança”. Ele destacou que a jornada educativa é um verdadeiro ato de fé. “Somos um povo peregrino. O tema peregrinar move-nos como educadores. Encontramos desafios na sala de aula, mas nenhum deles retira a nossa esperança. A fé nos coloca em movimento da Esperança”, refletiu Dom Francisco, encorajando os educadores a manterem viva a chama da esperança em suas missões.
O encontro foi um espaço de troca de experiências, formação e fortalecimento da missão educativa da Igreja no Brasil. As falas inspiradoras dos palestrantes reforçaram o papel da Pastoral da Educação como um braço missionário da Igreja, que se faz presente nas escolas e universidades, promovendo uma educação que vai além da transmissão de conhecimento, mas que toca os corações e transforma vidas.
O evento reafirmou o compromisso da Igreja com a educação, enfatizando a necessidade de formar não apenas cidadãos críticos, mas também pessoas de fé, esperança e caridade. O XXII Encontro Nacional da Pastoral da Educação da CNBB encerrou-se com um clima de renovação e compromisso, reforçando a missão de ser luz e esperança no mundo educacional.
Visita ao Santuário de São José de Anchieta
Como parte da programação do XXII Encontro Nacional da Pastoral da Educação da CNBB, os educadores presentes tiveram a oportunidade de realizar uma visita especial à cidade de Anchieta, no Espírito Santo. O grupo foi ao Santuário Nacional de São José de Anchieta, um dos grandes educadores e missionários da história do Brasil.
A visita ao santuário foi um momento de profunda espiritualidade e reflexão, permitindo aos participantes conhecer de perto a história e o legado de São José de Anchieta, que dedicou sua vida à educação e à evangelização no Brasil colonial. São José de Anchieta é lembrado não apenas como um apóstolo da fé, mas também como um grande educador, que utilizava a cultura, a linguagem e o conhecimento para aproximar as pessoas da fé cristã.
Padre Júlio, referencial da Educação na CNBB, ressaltou a importância desse momento de peregrinação para os educadores, destacando que “assim como Anchieta, somos chamados a ser apóstolos da esperança e educadores que transformam vidas”. A visita proporcionou um tempo de oração e meditação, além de um mergulho na rica história cultural e religiosa do local.
Durante a visita, os educadores puderam refletir sobre o papel transformador da educação e se inspirar no exemplo de São José de Anchieta, que sempre buscou ensinar com amor, respeito e diálogo. “Anchieta nos ensina que, para educar, é preciso entender a realidade dos nossos alunos e transmitir conhecimento com o coração”, comentou um dos participantes.
A peregrinação ao Santuário de Anchieta serviu como um momento de renovação espiritual e motivação para os educadores continuarem sua missão de ensinar com fé e esperança, seguindo o exemplo do grande missionário jesuíta que marcou a história da educação no Brasil.

































